sexta-feira, 2 de março de 2012

Um novo olhar para a Fazenda Pinhão Assado

O Hotel Casa Alpina, com sede localizada a 1430m de altitude, no município de Itamonte/ MG, foi construído nos anos 60 pelo arquiteto alemão Albert Heilmann. Diversos registros históricos atestam o padrão de excelência alcançado pelo Hotel na década de 80, até o encerramento de suas atividades em 2008. A memória do valor social da fazenda e de suas atividades na população de Itamonte é viva e cheia de saudades. “Quando a fazenda/Hotel vai voltar a funcionar de novo?” - é a pergunta recorrente, indicando a importância de sua atividade econômica e de significativo patrimônio intangível.

Sede principal e ao fundo a imponente Pedra do Picu - Itamonte/MG
 Adquirida em 2007, pelo novo proprietário, com pouco mais de 1000 hectares de Mata Atlântica preservada, a fazenda foi recebida em condições de uso diversas; desde elementos em estado operacional, carentes de adequações e manutenção básica, até outros em estado bastante precário e até inoperantes.
                A partir de um novo olhar os mais evoluídos conceitos da sustentabilidade estão sendo aplicados no planejamento da nova estratégia empresarial para a Fazenda Pinhão Assado, de forma que a responsabilidade socioambiental de longo prazo é dimensão da sua visão de futuro.
        Os programas de ação, que compõem a nova estratégia empresarial, estão sendo construídos dentro dos seguintes Eixos Conceituais:
  • Preservação e Conservação Ambiental
  • Produção Animal e Vegetal Sustentável
  • Pesquisa e Desenvolvimento
  • Educação
  • Turismo integrado as demais ações
A Fazenda Pinhão Assado está inserida numa região considerada prioritária para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica pelos projetos de definição de prioridades para a conservação, desenvolvidos pelo Estado de Minas Gerais (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e pelo Governo Brasileiro (PROBIO / Ministério de Meio Ambiente). Neste sentido, a fim de garantir a proteção da área em caráter perpétuo, foi criada a Reserva Particular do Patrimônio Natural Alto-Montana, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Itamonte. Com seus 672 hectares de extensão nas cabeceiras do Rio Verde, fortalece a zona de amortecimento do Parque Nacional do Itatiaia e do Monumento Natural Municipal da Pedra do Picu (ainda em processo de criação). Ainda confronta com o futuro Parque Nacional Altos da Mantiqueira e integra trecho da travessia da Serra Fina. Seu patrimônio natural e paisagístico é composto por uma enorme área continua de Mata Atlântica preservada; maciços de candeia e reflorestamentos com eucaliptos e pinus compõem o restante do patrimônio florestal, além de uma rica e vasta fauna, composta inclusive por animais em risco de extinção.


Vista da RPPN Alto-Montana

O Instituto Alto-Montana da Serra Fina, uma associação de direito privado com fins não econômicos e de caráter sócio-ambiental, foi criado com o intuito de realizar a gestão da RPPN e da Fazenda Pinhão Assado, além de elaborar e executar projetos ambientais na região. 



        Sanhaço Frade (Stephanophorus diadematus)/Logomarca do Instituto Alto-Montana da Serra Fina

A área da RPPN tem atraído pesquisadores de diferentes universidades, pelo seu potencial singular composto por ecossistemas raros, como campos de altitude, florestas nebulares, fauna exuberante, e pela sua localização estratégica e estrutura que facilita a hospedagem. Neste sentido, o Instituto vem valorizando estas parcerias com universidades e gerando conhecimentos sobre ecossistemas de montanha ainda pouco estudados no meio acadêmico.
Paralelamente ás ações do Instituto, na Fazenda são realizadas outras atividades produtivas tais como oliveiras agroecológicas para a produção de azeite e truticultura sustentável, além dos projetos e estudos para revitalização do turismo na Fazenda.